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Por que existe o PSB?


Quem opta por se associar a um partido, tem motivos.
Como escrevi em ‘Socialismo e Democracia’, filiei-me no PSB, em 1995, depois de ter sido do PT, porque queria desenvolver minha vocação pelo trabalho de formação num espaço partidário socialista aberto ao desafio de uma formação permanente. Depois de 15 anos, posso afirmar que estou satisfeito, pois, no PSB, esse espaço existe.

Mas, por que existem partidos?
Melhor, com os pés no chão, por que existe o PSB?

Hoje, com sinceridade, responderia que ele existe para ocupar um espaço vazio, que, porém, ele não consegue preencher a contento.

É claro que entre o querer e o fazer sempre há diferenças. Mas é por isso que precisamos permanentemente estar em discussão, caminhando, nos avaliando e progredindo.

Nesse espaço do blog proponho repensar o PSB de forma propositiva, levantando problemas e apontando soluções de forma coletiva e respeitosa, sem medo de sermos felizes. E, sem esquecer que o partido nasce e se fortalece nos grupos de base, nos municípios e nos Estados, sugiro focar nesse espaço os problemas e as soluções a nível nacional. Cada participante poderá criar um espaço virtual no nível local.

Acho bom lembrar que o partido é um “meio”, um “instrumento”, que, enquanto tal, deve ser constantemente reelaborado, redefinido, avaliado, criticado, repensado, redirecionado para que sirva para os objetivos pelos quais existe.

Na sua essência, o PSB se demonstrou um partido muito bem concebido, pois seu Manifesto inicial está muito bem atual, necessitando somente de pequenas modificações. Sua atualidade, com mais de sessenta anos de idade, se explica ou pelo fato que, no mundo e no Brasil, pouco ou nada mudou politicamente nesse período, ou porque foi realmente muito bem fundamentado e formulado, ou, pelos dois motivos.

Vamos então entrar diretamente no assunto.


001.

Começo com uma notícia ‘quentinha’, a aprovação no parlamento do valor do salário mínimo e do valor do salário dos parlamentares.
A primeira notícia é que o presidente Lula acaba de afirmar, hoje, 27.12.2010, que o valor do salário mínimo de 540,00 reais é o que deve valer. Caberá à presidente eleita, se quiser, modificar mais tarde esse valor. Nosso parlamento aprovou.
A segunda notícia, de 15 de dezembro, é o reajuste do salário dos deputados federais.
Copio duas partes do relatório da votação na câmara dos deputados:

1. Posição dos partidos:

Orientação
PmdbPtc: Sim
PT: Sim
PSDB: Sim
DEM: Sim
PsbPcdobPrb: Sim
PR: Sim
PP: Sim
PDT: Sim
PTB: Sim
PSC: Sim
PPS: Sim
PV: Sim
PMN: Sim
PSOL: Não
PHS: Sim
Repr.PTdoB: Sim
MINORIA: Sim
GOV.: Sim

Primeira questão: o PSB, junto com PCdoB e PRB, orientou sua bancada para votar pelo sim. É posição de socialistas?
2. Votação dos deputados do PSB:


PSB
Abelardo Camarinha SP Sim
Ana Arraes PE Sim
Ariosto Holanda CE Sim
Átila Lira PI Sim
Capitão Assumção ES Não
Dr. Ubiali SP Sim
Fernando Coelho Filho PE Sim
Givaldo Carimbão AL Sim
Gonzaga Patriota PE Sim
Janete Capiberibe AP Sim
Júlio Delgado MG Sim
Laurez Moreira TO Sim
Luiza Erundina SP Não
Maria Helena RR Sim
Mauro Nazif RO Não
Ribamar Alves MA Sim
Valadares Filho SE Sim
Valtenir Pereira MT Sim

Segunda questão: três deputad@s votaram contra, e Luiza Erundina fez uma bela defesa contra o aumento (se alguém tiver o texto, podemos inseri-lo aqui).

A questão: como pode o salário de um deputado ser 49,4 vezes maior do salário de um(a) trabalhador(a) que exerce outra profissão? O que significa para nós socialistas justiça salarial, distribuição de renda? Pode o PSB se abster de questionar e se opor a tanta discriminação? Até quando, nós filiados do PSB ficaremos impassíveis, calados e amorfos nessa política e diante das posições dos parlamentares que elegemos?

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